terça-feira, setembro 09, 2008

BARROCO

A tela ao lado foi feita por Caravaggio. Artista italiano que tinha como uma de suas principais característica retratar o aspecto mundano dos eventos bíblicos usando o povo comum das ruas de Roma; outra característica marcante foi a dimensão e impacto realista que ele deu aos seus quadros ao usar um fundo sempre raso, obscuro, muitas vezes totalmente negro e agrupar a cena em primeiro plano com focos intenso de luz sobre os detalhes, geralmente os rostos.

A pintura de São Mateus foi feita em 1602, ilustra bem o estilo barroco na pintura: forte constraste entre claro e escuro; desequilíbrio das linhas inclinadas; a perspectiva não é nítida; figuras em movimento, dramatismo.

Na literatura o Barroco apresenta duas tendências básicas: CULTISMO (procura envolver o leitor por meio de estímulos sensoriais, promovendo entrecruzamento das camadas fônicas e cromáticas das palavras; mostra-se mais esteticista, pois explora o descritivismo) e CONCEPTISMO (seduz o leitor por meio do envolvimento intelectual, de tal maneira que as plavras sejam exploradas em sua esfera argumentativa; remete o leitor à essência do significado verbal).

Embora constituam estilos diferentes, podem coexistir num mesmo autor ou até numa mesma obra.

EXEMPLO DE POESIA DO BARROCO CULTISTA

BAÍA, Jerónimo (1620/30, Coimbra - 1688, Viana do Castelo). Beneditino, foi célebre, ao tempo, pelos dotes oratórios e é hoje tido por um dos poetas mais emblemáticos do estilo de época que continua, algo confusamente, a ser designado como barroco.

Pregador de D. Afonso VI, cronista da Ordem a que pertencia, Jerónimo Baía tornou--se nome conhecido da tradição lierária portuguesa, pela autoria, nem sempre rigorosamente autenticada, de várias composições poéticas recolhidas sobretudo nos cancioneiros denominados Fénix Renascida e Postilhão de Apolo (v. Fénix Renascida e Postilhão de Apolo).

Na medida em que os seus versos exploram temas e formas estróficas diversas, típicas do que tem vindo a ser designado como cultismo e conceptismo, Jerónimo Baía tornou-se, de certo modo, o paradigma de uma poesia que leva ao extremo aquilo que Hernâni Cidade apelidou de «formalismo literário» (Cidade, H., Lições de Cultura e Literatura Portuguesas, Coimbra, 7.ª ed., 1984, pp. 440-457).


(SANTOS, Zulmira. Frei Jerónimo Baía (excerto). In: História e Antologia da Literatura Portuguesa. Acesso: http://www.leitura.gulbenkian.pt/boletim_cultural/files/HALP_29.pdf. Acessado em 09/08/2008)


A UMA CRUELDADE FORMOSA

MADRIGAL

A minha bela ingrata
Cabelo de ouro tem, fronte de prata,
De bronze o coração, de aço o peito;
São os olhos luzentes,
Por quem choro e suspiro,
Desfeito em cinza, em lágrimas desfeito,
Celestial safiro;
Os beiços são rubins, perlas os dentes:
A lustrosa garganta
De mármore polido;
A mão de jaspe, de alabastro a planta.
Que muito, pois, Cupido,
Que tenha tal rigor tanta lindeza,
As feições milagrosas,
Para igualar desdéns a formosuras,
De preciosos metais, pedras preciosas,
E de duros metais, de pedras duras?

(Frei Jerônimo Baía, Fénix Renascida, III, p. 216)

Comentário:

O poeta com o jogo de palavras faz um retrato feminino, destacando os atributos de beleza física. Estabelece uma associação entre sons e cores e explora uma variedade de recursos estilísticos tais como: metonímia (toma parte pelo todo: fla do cabelo, da fronte, dos olhos, dos dentes, para sugerir o corpo inteiro); metáfora (perlas os dentes); hipérbole e hipérbato (de bronze o coração, de aço o peito); aliteração (São os olhos luzentes); assonância (A mão de jaspe, de alabastro a planta); anáfora (Desfeito em cinzas, em lágrimas desfeito).

Poema termina com uma interrogação, assim, não temos uma conclusão. A questão fica em aberto; estaria o poeta contrapondo a dureza do coração da mulher à doçura exuberante do corpo, para assim manifestar a resistência dela em não se deixar flechar por Cupido? Isso sugere a ambigüidade própria do texto barroco cultista.

Agora é sua vez!! Escolha uma poesia de Gregório de Matos o maior representante da poesia barroca cultista do Brasil e faça seu comentário, explicando: Por que da escolha da poesia? Quais as características barrocas cultista presentes? E, por fim, faça sua interpretação da mesma.

36 comentários:

Anônimo disse...

A nossa poesia está no seguinte link:
http://www.revista.agulha.nom.br/grego16.html

Escolhemos essa poesia pelo seu lado religioso, visto que toca nossos corações e nos faz pensar sobre Deus e tudo o que acontece em Sua presença.
O Barroco mostra-se nas referências à Deus.
A poesia é bela pois mostra como nós, seres mortais, nos comportamos perante alguém maior, como nos sentimos perante Deus.

Giovana De Almeida n°15
Olívia Mattiazzo n° 29

Anônimo disse...

Buscando o Cristo Crucificado um Pecador com Verdadeiro Arrependimento

A vós correndo vou, braços sagrados,
Nessa cruz sacrossanta descobertos,
Que, para receber-me, estais abertos,
E, por não castigar-me, estais cravados.

A vós, divinos olhos, eclipsados
De tanto sangue e lágrimas cobertos,
Pois, para perdoar-me, estais despertos,
E, por não condenar-me, estais fechados.

A vós, pregados pés, por não deixar-me,
A vós, sangue vertido, para ungir-me,
A vós, cabeça baixa, pra chamar-me.

A vós, lado patente, quero unir-me,
A vós, cravos preciosos, quero atar-me,
Para ficar unido, atado e firme.

Gregório de Matos.
Comentário

A poesia “Pecador com Verdadeiro ArBuscando o Cristo Crucificado um rependimento” de Gregório de Matos é de caráter religioso. Apresenta como característica o cultivo, com sua obra marcada por jogos de palavras e uso de figuras de linguagem. Nela o autor manifesta um certo idealismo renascentista.

Nº02 e Nº28 Turma:81A.

Anônimo disse...

Nasce o sol e não dura mais que um dia,
Depois da Luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em constínuas tristezas a alegria.
Porém, se acaba o Sol, por que nascia?
Se é tão formosa a luz, por que não dura?
Como a beleza assim se transfigura?
Poesia
Como o gosto da pena assim se fia?
Começa o mundo enfim pela ignorância,
E tem qualquer dos bens por natureza
A firmeza somente na inconstância."

Escolhi esta poesia pois achei ela bem interessante,legal,e bonita...
Nessa poesia Gregorio de Mattos faz umas compareações bem legais,interessante.

alison nº01 71A disse...

gostei muito do texto EPIGRAMA de Gregório Mattos,nele o autor retratou
muito bem a vida na Bahia,usando características do Barroco literário
e arquitetônico da Bahia do século XVIII.

Anônimo disse...

A poesia de Gregório de matos que eu escolhi foi ‘À morte do Padre Antônio Vieira’, pois Padre Antônio Vieira também foi um grande nome da poesia barroca no Brasil.
As características do barroco presentes nessa poesia são:
• O uso de palavras difíceis como sanha, belicosa, portentosa, entre outras.
• A inversão da ordem direta das orações (hipérbato).
• O uso de hipérboles e metáforas “... Em devorar as vidas com fereza,...”.
• Essa poesia em questão é um soneto com rima externa intercalada nos quartetos e cruzada nos terceto.
Na primeira e na segunda estrofe Padre Antônio Vieira é tratado como guerreiro vencido pela morte, mas não se sabe se o elogio é realmente verdadeiro ou uma ironia, pois os dois tinham certas diferenças quanto ao estilo utilizado pelo outro e alguns ideais. Na terceira explica que o padre já não estava no seu juízo perfeito, ou seja, Antônio Vieira já estava ficando “tam tam”, pois ele já tinha uma certa idade. Por fim, deixa uma questão em aberto, por que a morte chega tão de repente com tanta ferocidade?

À morte do Padre Antonio Vieyra.
Corpo a corpo à campanha embravecida,
Braço a braço à batalha rigorosa
Sai Vieira com sanha belicosa,
De impaciente a morte sai vestida.
Invistem-se cruéis, e na investida
A morte se admirou menos lustrosa,
Que Vieira com força portentosa
Sua ira cruel prostrou vencida.
Porém ele vendo então, que na empresa
Deixava a morte à morte: e ninguém nega,
Que seus foros perdia a natureza;
E porque se exercite bruta, e cega
Em devorar as vidas com fereza,
A seu poder rendido a sua entrega.

Anônimo disse...

Poesia
"Nasce o sol e não dura mais que um dia,
Depois da Luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em constínuas tristezas a alegria.
Porém, se acaba o Sol, por que nascia?
Se é tão formosa a luz, por que não dura?
Como a beleza assim se transfigura?
Como o gosto da pena assim se fia?
Começa o mundo enfim pela ignorância,
E tem qualquer dos bens por natureza
A firmeza somente na inconstância."


Escolhemos essa poesia porque ela relata de modo criativo em ordem (nasce o sol) por exemplo, os sentimentos de maneira criativa e de bom gosto, percebe-se que existe um jogo de palavras que deixa o poema mais fácil de se compreender, apesar de não ter palavras difíceis o poema tem características marcantes do barroco,como:cultismo ou gongorismo uso das figuras de linguagem, a catacrese..., a poesia de Gregório de Matos é religiosa e lírica. Absolutamente conforme com a estética do Barroco, abusa de figuras de linguagem; faz uso do estilo cultista e conceitista, através de jogos de palavras e raciocínios sutis. As contradições, próprias, talvez, de sua personalidade instável, são uma constante em seus poemas, oscilando entre o sagrado e o profano, o sublime e o grotesco, o amor e o pecado, a busca de Deus e os apelos terrenos.
É mais conhecido por sua sátira ferina, azeda e mordaz, usando, às vezes, palavras de baixo calão, daí seu epíteto Boca do Inferno. Critica todos os aspectos da sociedade baiana, particularmente o clero e o português. A atitude nativista que disso resulta é apenas conseqüência da situação na Colônia brasileira.
http://www.mundobrasil.hpg.ig.com.br/gre..., www.casadobruxo.com.br/poesia/g/poesia.htm

As poesias foram retiradas dos sites acima

Anônimo disse...

Poesia escolhida está no respectivo link :
http://www.revista.agulha.nom.br/gregoi08.html

Escolhemos essa poesia, por se tratar da descrição de uma cidade. Ele descreve o perfil das pessoas da cidade de "Sergipe D'el-Rei", mas não só o perfil das pessoas como de alguns animais e tambem dos casebres, becos e outras localidades.
É uma poesia antiga que relata a cidade tempos atrás e essa nostalgia serve para mostrar tempos bons.

Cauê n° 08
Roger n° 32
Turma: 81B

Anônimo disse...

A JESUS CRISTO NOSSO SENHOR

Pequei, Senhor; mas não porque hei pecado,
da vossa alta clemência me despido;
porque, quanto mais tenho delinqüido,
vos tenho a perdoar mais empenhado.

Se basta a vos irar tanto pecado,
a abrandar-vos sobeja um só gemido:
que a mesma culpa, que vos há ofendido
vos tem para o perdão lisonjeado.

Se uma ovelha perdida, e já cobrada
glória tal e prazer tão repentino
vos deu, como afirmais na sacra história,

eu sou Senhor, a ovelha desgarrada,
cobrai-a; e não queirais, pastor divino,
perder na vossa ovelha, a vossa glória.
(Gregório de Matos)


Fonte: http://pessoal.educacional.com.br/up/4380001/1434835/t133.asp

_______________________________

Esta poesia foi escolhida por ser uma poesia religiosa, e que apresenta várias características marcantes não só do autor, mas também do período Barroco.

Podemos notar que o título é bastante longo, o que é característica comum no Barroco, e já remete à temática do poema, no caso, uma oração.

Em suas poesias religiosas, Gregório de Matos manifesta um certo idealismo renascentista, ao lado do conflito gerado pela necessidade de viver a vida mundana ao mesmo tempo em que busca a pureza da fé com que espera abrir a porta para a vida eterna.

No poema “A Jesus Cristo Nosso Senhor”, podemos perceber que Gregório de Matos é adepto ao cultismo, pois sua obra é marcada por jogo de palavras e uso de figuras de linguagem. Como se pode observar no trecho ”[...] eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada [...]”, o qual representa uma metáfora.

_______________________________

Matheus G. Soares Beleboni Nº 23
Paula de Camargo Fiorini Nº 24

TURMA 81B

Anônimo disse...

nos escolhemos esse poema pelo assunto que está em questão, pois é muito chamativo.

SONETO LXXXVIII
Quando me tratas mau e, desprezado,
Sinto que o meu valor vês com desdém,
Lutando contra mim, fico a teu lado
E, inda perjuro, provo que és um bem.
Conhecendo melhor meus próprios erros,
A te apoiar te ponho a par da história
De ocultas faltas, onde estou enfermo;
Então, ao me perder, tens toda a glória.
Mas lucro também tiro desse ofício:
Curvando sobre ti amor tamanho,
Mal que me faço me traz benefício,
Pois o que ganhas duas vezes ganho.
Assim é o meu amor e a ti o reporto:
Por ti todas as culpas eu suporto.

William Shakespeare

Anônimo disse...

Poesia escolhida:
http://www.revista.agulha.nom.br/gregoi01.html

Epílogos - Gregório de Matos.
Escolhemos esta poesia, pois retrata a principal característica de Gregório de Matos, a sua "boca do inferno". Nessa poesia, ele critica a cidade e a sociedade, expondo seus defeitos, tais como a mentira, desonra, ambição, usura, entre outros.
Há um jogo de palavras durante a poesia, por exemplo: "Que falta nesta cidade? .... Verdade".
Há rimas emparelhadas e cruzadas.
Presente também se evidencia a gradação:
“Baixou, Subiu, e Morreu.”
Percebemos que as palavras que finalizam cada frase, na estrofe seguinte aparecem todas juntas na última linha.

Letícia Aline Rossi - N° 18
Renato Giampietro - N° 30

Anônimo disse...

ttp://www.revista.agulha.nom.br/grego15.html

escolhemos esse soneto, porque retrada a critica de como é viver entre os insanos que só fazem besteiras e transformam esse munda em um mundo pior.

Anônimo disse...

N°01 e N°10

Poesia: "A cidade de Bahia" e "A Bahia"

Comentários:
Escolhemos estas poesias pelo fato de acharmos curioso ele criticar sua terra de origem, demonstrando estar desesperado com tal questão social e de alguns estar se autoprotegendo através de aparências ou simulação.
Gregorio de Matos trabalha muito com o jogo de palavras e figuras de linguagem, como neste verso "Tristes sucessos" onde é utilizado o Hipérbato

Fonte: http://www.filologia.org.br/pub_outras/sliit02/sliit02_78-86.html

Anônimo disse...

A poesia lírica de Gregório de Matos pode ser dividida em lírica sacra, lírica amorosa (espiritual e carnal), lírica encomiástica (poemas de circunstância, poemas laudatórios) e lírica filosófica. Analisemos, uma a uma, a poesia lírica desse autor barroco:

A poesia escolhida por nós foi...

A CRISTO N. S. CRUCIFICADO

Nas duas primeiras estrofes, o poeta expressa a contrição religiosa e a crença no amor infinito de Cristo, para manifestar, no final, a certeza do perdão. O soneto encobre uma formulação silogística, que se pode expressar dessa maneira: o amor de Cristo é infinito o meu pecado, por maior que seja, é finito, e menor que o amor de Jesus. Logo, por maior que seja o meu pecado, eu espero salvar-me.

Cauê n°08
Roger nº 32
Turma: 81B

Anônimo disse...

Ardor em firme coração nascido;
Pranto por belos olhos derramado;
Incêndio em mares de água disfarçado;
Rio de neve em fogo convertido:

Tu, que um peito abrasa escondido;
Tu, que em um rosto corres desatado;
Quando fogo, em cristais aprisionado;
Quando cristal, em chamas derretido.

Se és fogo, como passas brandamente,
Se és neve, como queimas com porfia?
Mas ai, que andou Amor em ti prudente!

Pois para temperar a tirania,
Como quis que aqui fosse a neve ardente,
Permitiu parecesse a chama fria.
Gregório Matos
http://www.sonetos.com.br/sonetos.php?n=620

Comentário

O poeta, por meio de um soneto, faz um retrato feminino, destacando os atributos de sua beleza física. Destaca – se também as figuras de linguagens utilizadas. São elas: Antítese ( “Fogo e neve”, “neve ardente”, “chama fria”, “Incêndio e água”), Personificação ou Prosopopéia (“Coração nascido”), Anáfora (1º e 2º versos da segunda estrofe, 1º e 2º versos da terceira estrofe ), Paranomásia (“Temperar a Tirania”).
O soneto termina com uma afirmação dizendo que a mulher tem fases distintas, assim, o poeta faz sua conclusão. Existe no texto uma contrariedade dos elementos do soneto. Afirmando a idéia de que a mulher tem fases distintas.

Azael de Melo e Sousa nº05
Matheus Faustino nº22
Turma: 81B

Anônimo disse...

Sermão da Sexagésima
Pe. Antonio Vieira

análise
No Sermão da Sexagésima, podemos observar explicitamente características marcantes do barroco, como o uso da metáfora: pregar é como semear e a figura do homem como ser angustiado e dividido. Observamos também outras figuras de linguagem, como por exemplo, as alegorias.
No sermão ele traça paralelas entre a parábola bíblica sobre o semeador que semeou nas pedras, nos espinhos (onde o trigo frutificou e morreu), na estrada (onde não frutificou) e na terra (que deu frutos). No jogo de idéias, é marcado o uso do conceptismo, característico do próprio autor.
Indiretamente, Vieira critica o estilo de pregadores dominicanos, que agradavam aos homens ao invés de pregar servindo a Deus.





SONETO – Gregório de Matos

Pequei, Senhor, mas não porque hei pecado, (A)
Da vossa piedade me despido, (B)
Porque quanto mais tenho delinqüido, (B)
Vos tenho a perdoar mais empenhado. (A)

Se basta a vos irar tanto um pecado, (A)
A abrandar-vos sobeja um só gemido, (B)
Que a mesma culpa, que vos há ofendido, (B)
Vos tem para o perdão lisonjeado. (A)

Se uma ovelha perdida, e já cobrada (a)
Glória tal, e prazer tão repentino (b)
Vos deu, como afirmais na Sacra História: (c)

Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada (a)
Cobrai-a, e não queirais, Pastor divino, (b)
Perder na vossa ovelha a vossa glória. (c)

Esse soneto divide-se em dois quartetos, com rimas interpoladas (ABBA); e dois tercetos com rimas emparelhadas (abc).
Apresenta muitas figuras de linguagens, característica marcadamente barroca, como o hipérbato (a inversão da ordem natural das orações), a antíteses, a perífrase e as metáforas.
Com a aparência de uma prece, o eu lírico se afirma pecador, porém, como se o pecar fosse uma atitude necessária, gerando a cada pecado uma nova necessidade de perdão, ele prossegue na busca pelo perdão, dizendo que não só o pecador mas também Deus, se beneficia com este ato.
O eu lírico se posiciona, então, no mesmo patamar que Deus e coloca a glória do “Pastor divino” (perífrase = Cristo) ameaçada.





Luíza, Mayara e Thais
22, 24, 28
51A/81C
eletronica

Anônimo disse...

Jesus Cristo Nosso Senhor


Pequei, Senhor; mas não porque hei pecado,
da vossa alta clemência me despido;
porque, quanto mais tenho delinqüido,
vos tenho a perdoar mais empenhado.

Se basta a vos irar tanto pecado,
a abrandar-vos sobeja um só gemido:
que a mesma culpa, que vos há ofendido
vos tem para o perdão lisonjeado.

Se uma ovelha perdida, e já cobrada
glória tal e prazer tão repentino
vos deu, como afirmais na sacra história,

eu sou Senhor, a ovelha desgarrada,
cobrai-a; e não queirais, pastor divino,
perder na vossa ovelha, a vossa glória.
(Gregório de Matos)


Fonte: http://pessoal.educacional.com.br/up/4380001/1434835



Escolhi essa Poesia, pois chama bastante a Atenção dos interlocutores, para a questão Religião. Coisa que era bastante discutida na Época.

Anônimo disse...

Escolhemos um dos sonetos de Gregório de Matos:

SONETO VII

Ardor em firme coração nascido!
Pranto por belos olhos derramado!
Incêndio em mares de água disfarçado!
Rio de neve em fogo convertido!

Tu, que em um peito abrasas escondido,
Tu, que em um rosto corres desatado,
Quando fogo em cristais aprisionado,
Quando cristal em chamas derretido.

Se és fogo como passas brandamente?
Se és neve, como queimas com porfia?
Mas ai! Que andou Amor em ti prudente.

Pois para temperar a tirania,
Como quis, que aqui fosse a neve ardente,
Permitiu, parecesse a chama fria.



Podemos analisar que o sujeito lírico, nos revela o afeto e as lágrimas,derramadas na ausencia da mulher a quem queria bem. Os sinais de exclamação tendem a revelar a exaltação ao sofrimento. A tônica da primeira parte do soneto está em intercalar a paixão e as lágrimas. A antítese é freqüente, pois observamos proximidade de palavras de sentido contrário que, através das figuras de linguagem como as hipérboles, metáforas,paradoxos, não só personalizam a paixão, mas demonstram toda a tensão, principalmente, no segundo quarteto.
Na conclusão do soneto, observamos a explicação da natureza contraditória do amor. Logo, o tema desse poema lírico é amoroso, que se constrói em termos de oposição, num engenhoso e hábil jogo de palavras contrárias.

Guilherme disse...

O todo sem a parte não é todo,
A parte sem o todo não é parte,
Mas se a parte o faz todo, sendo parte,
Não se diga, que é parte, sendo todo.

Em todo o sacramento está Deus todo,
E todo assiste inteiro em qualquer parte,
E feito em partes todo em toda a parte,
Em qualquer parte sempre fica o todo.

O braço de Jesus não seja parte,
Pois que feito Jesus em partes todo,
Assiste cada parte em sua parte.

Não se sabendo parte deste todo,
Um braço, que lhe acharam, sendo parte,
Nos disse as partes todas deste todo.




guilherme t. nº10 81C

Anônimo disse...

Pequei, Senhor, mas não porque hei pecado
Da vossa piedade me despido:
Porque quanto mais tenho delinqüido,
Vos tenho a perdoar mais empenhado.

Se basta a vos irar tanto um pecado,
A abrandar-vos sobeja um só gemido:
Que a mesma culpa que vos há ofendido,
Vos tem para o perdão lisonjeado.

Se uma ovelha perdida e já cobrada
Glória tal e prazer tão repentino
Vos deu, como afirmais na Sacra História:

Eu sou, Senhor, ovelha desgarrada;
Cobrai-me; e não queirais, Pastor Divino,
Perder na vossa ovelha a vossa glória.



Escolhemos essa poesia, pois o jogo de palavras usado nos chamou a atenção. Achamos que foram muito bem colocadas.

Apresenta características próprias do cultismo, como o uso das figuras de linguagem como a metáfora, onde há a substituição de um termo por outro, criando-se uma dualidade de significado (“Eu sou, Senhor, ovelha desgarrada;”), a Antítese, que é a exposição de idéias opostas (“Pequei, Senhor, mas não porque hei pecado”), a hipérbole, quando há exagero numa idéia expressa (“Glória tal e prazer tão repentino”).

Há ainda o rebuscamento, ou seja, o emprego de formas arcaicas como “despido” presente no trecho “Da vossa piedade me despido”, sendo que, neste caso, a conjugação do verbo por analogia com pedir só se impôs definitivamente mais tarde.

Além disso, há expressão da perplexidade diante do mundo e da vida; pessimismo; humanização do sobrenatural; tendência para a descrição e culto da solidão.

Esta poesia é na verdade uma oração, uma tentativa de convencer o Senhor, através de uma lógica indiscutível, de que apesar do pecado, o fiel precisa ser perdoado e, portanto, salvo.

Alunos: Juliana no.16 e Mariana no. 21 - 81B

Anônimo disse...

A poesia se encontra no link:
http://cantinhodaliteratura.spaceblog.com.br/84210/Soneto-Gregorio-de-Matos/


De uma forma irônica e indireta o autor critica aqueles que mal sabem cuidar de suas vidas, e realizar suas tarefas e querem ser grandes governantes e controlar todos a sua volta. Ao pesquisar mais afundo pude saber que essa critica foi feita para aqueles que dentro da igreja, como padres e freiras, tentam controlar os seguidores.
Ele também faz uma critica, de forma indireta, a Bahia dizendo que são como olheiro que querem saber da vida de todos.

Leandro Crepaldi 11A Nº20

Anônimo disse...

http://www.jornaldepoesia.jor.br/grego16.html

A poesia de Gregório Matos “Buscando a Cristo” foi escolhida por ser um fato cristão que está presente na vida de todas as pessoas, Tendo esse ponto de vista o poema apresenta várias características do barroco, dentre as delas o jogo de palavras (cultismo-“ A vós correndo vou, braços sagrados[...]”-“De tanto sangue e lágrimas abertos“).
Através do jogo de palavras o barroco nos mostra a poesia referindo-se a Deus, sendo uma poesia muito bonita nos mostrando a realidade da vida de um cristão.


By Matheus G. Nº2711A/81D

Anônimo disse...

NESTA TURBULENTA TERRA

Nesta turbulenta terra
armazém de pena, e dor,
confusa mais do temor,
inferno em vida.
Terra de gente oprimida,
monturo de Portugal,
para onde purga seu mal,
e sua escória:
Onde se tem por vanglória
o furto, a malignidade,
a mentira, a falsidade, e o interesse:
[...]

Gregório Matos


Comentário:

A poesia "NESTA TURBULENTA TERRA" de Gregório Matos faz o retrato de uma terra ou lugar muito atormentada, onde as pessoas vangloriam se por atos ruins. E achei interessante porque isso retrata um pouco de nosso dia a dia, pois para muitos, o nosso dia a dia é um “inferno de vida”.



Matheus Pereira n.º: 28
Lucas Simplicio n.º: 22
11A

Anônimo disse...

http://www.jornaldepoesia.jor.br/grego04.html acessado em 22 set. 08.

Eu escolhi esta poesia, pois achei muito interessante como o autor (Gregório de Mattos) faz as suas contravenções. Hora elogiando, hora criticando, mostrando os dois lados de cada tema, cabendo a você concordar e associar as oposições. Utiliza-se de grande número de figuras como: a antítese (honra, desonra), metáfora (mercador, jumento),...
Devido a esse grande jogo de palavras, o autor nos faz realmente pensar no que foi citado por ele. Com isso faz surgir novas questões, como: “Será que tudo o que foi dito por ele é realmente verdade?”. Isso faz com que nós pensemos que tudo tem os seus 2 lados, ora vantajoso ora não. Isso pode servir como um estímulo para alguns ou o oposto para outros.

Guilherme Yuji
Nº16
81D

Unknown disse...

Anjo Bento

Destes que campam no mundo
Sem ter engenho profundo
E, entre gabos dos amigos,
Os vemos em papafigos
Sem tempestade, nem vento:
Anjo Bento!
De quem com letras secretas
Tudo o que alcança é por tretas, Baculejando sem pejo,
Por matar o seu desejo,
Desde a manhã té à tarde:
Deus me guarde!
Do que passeia farfante,
Muito prezado de amante,
Por fora luvas, galões,
Insígnias, armas, bastões,
Por dentro pão bolorento:
Anjo Bento!
Destes beatos fingidos, Cabisbaixos, encolhidos,
Por dentro fatais maganos,
Sendo nas caras uns Janos:
Que fazem do vício alarde:
Deus me guarde!
Que vejamos teso andar
Quem mal sabe engatinhar,
Muito inteiro e presumido,
Ficando o outro abatido
Com maior merecimento:
Anjo Bento!
Destes avaros mofinos,
Que põem na mesa pepinos,
De toda a iguaria isenta,
Com seu limão e pimenta,
Porque diz que o queima e arde: Deus me guarde!

Escolhi esta poesia pois achei o tema muito interessante, afinal ele fala das pessoas ricas porém ranzinzas e dos menos favorecidos que tem um "coração de ouro".
Uma das características barrocas aí presentes são a forma de escrita e o tema, que é um tema muito abrangente e que há em todas sociedades.

Anônimo disse...

Descrevo que era realmente naquele tempo a cidade da Bahia

___________________________________

A cada canto um grande conselheiro.
que nos quer governar cabana, e vinha,
não sabem governar sua cozinha,
e podem governar o mundo inteiro.

Em cada porta um freqüentado olheiro,
que a vida do vizinho, e da vizinha
pesquisa, escuta, espreita, e esquadrinha,
para a levar à Praça, e ao Terreiro.

Muitos mulatos desavergonhados,
trazidos pelos pés os homens nobres,
posta nas palmas toda a picardia.

Estupendas usuras nos mercados,
todos, os que não furtam, muito pobres,
e eis aqui a cidade da Bahia.

___________________________________

a primeira caratcerística do barroco que notei foi o título extenso.
o poeta usa varios recursos linguísticos, como a ironia ("não sabem governar sua cozinha, e podem governar o mundo inteiro").
é uma poesia muito interesssante, que retrata bem algumas pessoas ambiciosas, que querem ser "donas do mundo",mas não sabem
cuidar do seu próprio nariz.
também fala dos curiosos, que sempre querem saber da vida dos outros. e também fala da desigualdade social, "Muitos mulatos desavergonhados,
trazidos pelos pés dos homens nobres", e "Estupendas usuras nos mercados, todos, os que não furtam, muito pobres", é uma crítica à cidade
de Salvador.
___________________________________

Fernando, nº10, 81A

Anônimo disse...

Salve Rainha a Virgem Santíssima.

Salve, Celeste Pombinha,
Salve, divina Beleza,
Salve, dos Anjos Princesa,
e dos céus, Salve Rainha.

Sois graça, luz, e concórdia
entre os maiores horrores,
sois guia de pecadores,
Madre de Misericórdia

Sois divina Formosura,
sois entre as sombras da morte
o mais favorável Norte,
e sois da vida Doçura

Sois a mais peregrina Ave,
pois minha fé vos alcança
sois por ditosa esperança
Esperança nossa Salve

Vosso favor invocamos
como remédio mais raro,
não nos falte vosso amparo,
e vede, que a vós bradamos

Os da pátria desterrados
viver na pátria desejam;
quereis vós, que dela sejam
deste mundo os degredados?

De Jesus tanto agrado leva
de com os homens viver,
nós somos, bem podeis ver,
os mesmos Filhos de Eva.

Humildes vos invocamos
com rogos enternecidos,
e desse amparo rendidos,
Senhora, a vós suspiramos.

Se Deus nos perdoa, quando
a nossa culpa é chorada,
estamos por ser perdoada
aqui gemendo, e chorando.

Mas vós, por quem mais se vale,
Lírio do Vale, chorais,
e o vosso pranto val mais
neste de Lágrimas vale.

Já que tão piedosa sois
não tardeis com vosso rogo,
alcançai o perdão logo,
apressai-vos eia pois.

Porque desde agora possa
triunfar qualquer de nós
de inimigo tão atroz
pedi advogada nossa.

E enquanto nestes abrolhos
do mundo postos estamos,
de nós, que o caminho erramos
não tireis os vossos olhos.

Sejam sempre piedosos
para nos favorecer,
e para nos socorrer
sejam misericordiosos.

Favorecer-nos quereis,
de vossos olhos co’a guia,
gloriosa Virgem Maria
sempre ele a nós volvei.

Livrai-nos de todo o erro,
para que assim consigamos
graça, enquanto aqui andamos,
e depois deste desterro.

Pois vosso Filho é a luz,
e alumiar-nos quereis,
para que esta luz mostreis
nos amostrai a Jesus.

E se como raio bruto
o fruto vemos vedado,
noutro paraíso dado
veremos o bento Fruto.

Em nossos corações entre
seu amor, pois é razão,
seja meu de coração,
o que foi do vosso ventre.

De Jericó melhor Rosa,
puro, e cândido Jasmim,
quereis vós, que seja assim
ó clemente, ó piedosa.

Tenhamos esta alegria,
esta doçura tenhamos,
pois que tanta em vós achamos,
ó doce Virgem Maria

Pois quem mais pode, sois vós,
chegando a Deus a pedir,
para melhor nos ouvir,
pedi, e rogai por nós.

Que então os favores seus
muito melhor seguramos,
pois que neles empenhamos
a Santa Madre de Deus.

Fazei-nos sempre benignos
entre deste mundo os sustos,
para que sejamos justos,
para que sejamos dignos.

E se nos concedeis isto,
que vos pede o nosso rogo,
mui digno nos fareis logo
ser das promessas de Cristo

Seja pois, divina luz,
melhor Estrela, assim seja,
para que por nós se veja
Vosso amparo. Amém Jesus.

Poema retirado de: http://www.memoriaviva.com.br/gregorio/. Acessado em: 25/09/2008).

Comentário:
Escolhi este poema de Gregório de Matos porque achei muito interessante a relação que ele faz com a oração “Salve-Rainha”. Podemos perceber que esta oração é formada pelas últimas linhas de cada estrofe.
Podemos perceber também que o autor faz rimas de forma estruturada (a b b a). No início do poema, Gregório de Matos usa figuras de linguagem como anáfora (repetição de palavras - repete várias vezes a palavra “Sois” e na primeira estrofe, a palavra “Salve”).

Maria Luíza Santinho Lima Monteiro
Nº.:20.
Turma: 81B.

Anônimo disse...

O todo sem a parte não é todo,
A parte sem o todo não é parte,
Mas se a parte o faz todo, sendo parte,
Não se diga que é parte, sendo todo.

Em todo o Sacramento está Deus todo
E todo assiste inteiro em qualquer parte,
E feito em partes todo em toda a parte,
Em qualquer parte sempre fica todo.

O braço de Jesus não seja parte,
Pois que feito Jesus em partes todo,
Assiste cada parte em sua parte.
Não se sabendo parte deste todo,
Um braço que lhe acharam, sendo parte,
Nos disse as partes todas deste todo.



São bastante numerosos os poemas em que Gregório se utiliza estilisticamente deste recurso da acumulação de elementos, que se faz de diversas maneiras. Um soneto religioso que se torna uma sátira, dada o contexto de sua produção pela didascália.

Carolina Prado, nº 6, 81D

Unknown disse...

nome: Guilherme de Oliveira Nº 11 81-C


Soneto

Soneto III - Neste mundo é mais rico, o que mais rapa:

Neste mundo é mais rico, o que mais rapa:
Quem mais limpo se faz, tem mais carepa:
Com sua língua ao nobre o vil decepa:
O Velhaco maior sempre tem capa.

Mostra o patife da nobreza o mapa:
Quem tem mão de agarrar, ligeiro trepa;
Quem menos falar pode, mais increpa:
Quem dinheiro tiver, pode ser Papa.

A flor baixa se inculca por Tulipa;
Bengala hoje na mão, ontem garlopa:
Mais isento se mostra o que mais chupa.

Para a tropa do trapo vazio a tripa,
E mais não digo, porque a Musa topa
Em apa, epa, ipa, opa, upa.

análise

Poema: Soneto III - Neste mundo é mais rico, o que mais rapa:
Estrutura: como o poema se trata de um soneto os versos são decassílabos. Contem quatro versos sendo os dois primeiros quartetos e os dois últimos tercetos.
É uma sátira sobre o desconcerto do mundo.
Figuras de linguagem: O Velhaco maior sempre tem capa.(anastrofe)
Para a tropa do trapo vazio a tripa, (aliteração)
Em apa, epa, ipa, opa, upa.(aliteração)

carita disse...

Carita n°05 - 81c/51a
A poesia de Gregório de Matos esta no link: http://www.casadobruxo.com.br/poesia/g/poesia.htm

Essa poesia faz uma contestação, ou seja, ela mostra exatamente as incertezas do homem que viveu naquela época.
Ainda hoje, ela retrata nossas incertezas, pois mesmo com tanta tecnologia que as várias ciências nos fornecem, temos nos deparado com mais “perguntas” a nos fazer.
Afinal, a única certeza que realmente temos é a que um dia nós iremos morrer.

Unknown disse...

Ao primeiro braço, que depois apareceu do mesmo menino Jesus quando desapareceu do corpo.

O todo sem a parte não é todo,
A parte sem o todo não é parte;
Mas se a parte fez todo, sendo parte,
Não se diga que é parte, sendo todo.

Em todo o sacramento está Deus todo,
E todo assiste inteiro em qualquer parte;
E feito em partes todo, em toda a parte
Em qualquer parte sempre fica todo.

O braço de Jesus não seja parte,
Pois que feito Jesus em partes todo,
Assiste cada parte em sua parte.

Não se sabendo parte deste todo
Um braço que lhe acharam sendo parte,
Nos diz as partes todas deste todo.

Gregório de Mattos

Comentário
Eu escolhi esta poesia pois faz uma grande reflexão, com um simples comentario, que o todo não é inteiro sem as partes, e só existe partes se o todo for dividido, assim coisas contrarias sempre depéndem umas das outras. A figura mais utilizada apartir disto é a Antítese (todo e parte), outra caracteristica do barroco apresentado nesta poesia é o dificil entendimento de tal.

51A/81C
Tiago Gomes Cabana N°:31

Anônimo disse...

diego n° 6
51A/81C

O padre Antônio Vieira é considerado um dos mais fulgurantes clássicos da língua portuguesa Famosa orador e dominando com verdadeira mestria a arte de improvisar, pronunciou sermões que ainda hoje são tomados como modelos, em muitos cursos de retórica e oratória. Deixou obra complexa que exprime suas opiniões políticas, sendo não propriamente um escritor e sim um orador. Além dos Sermões redigiu o Clavis Prophetarum, livro de profecias que nunca concluiu. Entre os inúmeros sermões, alguns dos mais célebres: o "Sermão da Quinta Dominga da Quaresma", o "Sermão da Sexagésima", o "Sermão pelo Bom Sucesso das Armas de Portugal contra as de Holanda", o "Sermão do Bom Ladrão","Sermão de Santo António aos Peixes" entre outros.


Vida

O padre Antônio Vieira nasceu em Lisboa a 6 de fevereiro de 1608 e morreu na cidade de Salvador (Bahia) a 18 de julho de 1697. Com apenas seis anos de idade partiu, com sua família, para o Brasil. Fixaram-se na Bahia, onde o jovem iniciou os estudos num colégio de padres jesuítas. Depressa se distinguiu entre os seus colegas, pelos dotes de invulgar inteligência e pela sua admirável eloqüência. Depois de ter lecionado Retórica, Filosofia e Teologia, ordenou-se no ano de 1635, para em seguida começar a sua brilhante carreira de pregador, em diversos púlpitos das igrejas de cidades baianas. Em 1641, voltou a Portugal, na comitiva de D. Fernando Mascarenhas, levando já consigo a fama de mestre orador. Perante os fiéis dos mais importantes templos de Lisboa, proferiusermões que ficaram memoráveis. Depois de quarenta anos, passados atribuladamente na Europa, dois dos quais consumidos nas masmorras da Inquisição, por ter sido falsamente acusado de defensor dos judeus, regressou aoBrasil em 1681, onde permaneceu o resto da vida. O padre Antônio Vieira é considerado um dos mais fulgurantes clássicos da língua portuguesa Famosa orador e dominando com verdadeira mestria a arte de improvisar, pronunciou sermões que ainda hoje são tomados como modelos, em muitos cursos de retórica e oratória. Os Sermões, de Vieira, tiveram inúmeras edições, a primeira das quais data de 1679. Vários trabalhos seus foram posteriormente publicados. Entre eles, destacam-se as Cartas, cuja melhor edição foi feita em Coimbra, em 1825, e as Obras Completas, que abrangem vinte e seis volumes, onde estão incluídos sermões, cartas, estudos políticos e literários, e que foram publicadas entre os anos de 1854 e 1858.

Anônimo disse...

'Mist servos suos vocare invitatos', é um sermão típico do Barroco, escrito por Padre Antônio Vieira e tem a característica do CONCEPTISMO, jogo de idéias e conceitos. Padre Antônio prega a palavra de Deus de uma forma direta, usando uma história como exemplo. Padre Antonio não foi propriamente um escritor e sim um orador.


'Anjo no nome, Angélica na cara', retrata o CULTISMO, jogo de palavras, característico dos textos de Gregório de Matos, suas obras tinham um cunho bastante satírico e moderno para a época, além de chocar pelo teor erótico, de alguns de seus versos.


Bárbara S. Alberconi nº 04 / 81C

Anônimo disse...

Análise de Gregório de Matos

Soneto

Descreve um horroroso dia de trovões


Na confusão do mais horrendo dia,
Painel da noite em tempestade brava,
O fogo com o ar se embaraçava
Da terra e água o ser se confundia.


Bramava o mar, o vento embravecia
Em noite o dia enfim se equivocava,
E com estrondo horrível, que assombrava,
A terra se abalava e estremecia.


Lá desde o alto aos côncavos rochedos,
Cá desde o centro aos altos obeliscos
Houve temor nas nuvens, e penedos.


Pois dava o Céu ameaçando riscos
Com assombros, com pasmos, e com medos
Relâmpagos, trovões, raios, coriscos


Gregório de Matos

* * * * * * * * * * * * * * * * *
Análise

Gregório de Matos utilizou de uma linguagem rebuscada, forte e com algumas oposições de idéias (como em: "Em noite o dia enfim se equivocava), que nos mostra a idéia de um dia de medo e horror, no qual o mundo parece desabar, quando todos temiam ("Houve temor nas nuvens, e penedos"). Ele trata um dia de tempestade - o que para nós não é algo tão amedrontador - com muito medo, o que nos faz refletir na grande e temerosa tempestade que ocorrera naquele momento.
O uso da personificação foi também intenso na segunda estrofe: vento embravecia; dia enfim se equivocava; estrondo que assombrava.
Eu escolhi este soneto pelo modo como Gregório de Matos tratou uma tempestade, com temor e ao mesmo tempo beleza.

Leonardo B. F. , Nº19, 81C - 51A

Anônimo disse...

Guilherme Rocha Gonçalves. Nº:9 Turma:51a/81c

Poesia escolhida:
http://www.revista.agulha.nom.br/grego16.html

A poesia foi escolhida pois apresenta bem o jogo de palavras (cultismo) feito pelo autor, gregório de matos, além disso, escolhi a poesia por seu lado religioso, que também é uma das características do barroco.
Ela mostra como o ser humano depende de um ser maior.
A poesia também faz o uso de figuras de linguagens, achei interessante.

Unknown disse...

Raquel P. Miranda 71/81A N°30

Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,
Depois da Luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas a alegria.

Porém se acaba o Sol, por que nascia?
Se formosa a Luz é, por que não dura?
Como a beleza assim se transfigura?
Como o gosto da pena assim se fia?

Mas no Sol, e na Luz, falte a firmeza,
Na formosura não se dê constância,
E na alegria sinta-se tristeza.

Começa o mundo enfim pela ignorância,
E tem qualquer dos bens por natureza
A firmeza somente na inconstância.


Essa poesia fala sobre um amor não correspondido, visto que ele diz que "Em contínuas tristezas a alegria."
As poesias barrocas mostram a beleza perfeita e os comportamento humanos. Ela retrata os sentimentos e atitudes dos homens, seu modo de amar, agir, suas crenças e costumes.
Gregório de Matos através de suas poesias retrata bem esses pontos.

Júlio disse...

A cada canto um grande conselheiro,

Que nos quer governar cabana e vinha;

Não sabem governar sua cozinha,

E podem governar o mundo inteiro.





Em cada porta um bem freqüente olheiro,

Que a vida do vizinho e da vizinha

Pesquisa, escuta, espreita e esquadrinha,

Para o levar à praça e ao terreiro.





Muitos mulatos desavergonhados,

Trazidos sob os pés os homens nobres,

Posta nas palmas toda a picardia,





Estupendas usuras nos mercados,

Todos os que não furtam muito pobres:

E eis aqui a cidade da Bahia.

link:http://www.revista.agulha.nom.br/grego22.html


Escolhi este poema, pois critica a cidade de Bahia. Mostra como as pessoas vivem lá e como são governadas. As criticas e as palavras coloquiais são as maiores marcas desse seu soneto.