segunda-feira, outubro 26, 2009

PARNASIANISMO E SIMBOLISMO


O Parnasianismo é o movimento que teve por objetivo principal a lapidação da forma, preocupou-se com a técnica: o metro, o ritmo, a rima, enfim com a perfeição formal. Para tanto buscou a palavra exata, a descrição imparcial dos fênomenos naturais e dos fatos históricos. Assim, tem-se a arte pela arte, a perfeição formal e o olhar impessoal para o objeto do poema.

Procure navegar na internet e ler as poesias parnasianas, observando as características elencadas. Depois disso, eleja uma poesia, faça sua interpretação e análise, postando no comentário dessa atividade. Procure responder nesse comentário qual a relação entre Parnasianismo e Poesia Concreta.

O Simbolismo, segundo Moréas, seu caráter essecial consiste em nunca conceber a Ideia em si [...] os quadros da natureza, as ações dos humanos, todos os fenômenos concretos não poderiam, eles próprios, manifestar-se: é que são aparências sensíveis destinadas a representar suas afinidades esotéricas com Ideias primordiais".

Pesquise na rede tudo o que puder sobre o Simbolismo, leia poesias, veja comentários e etc. Depois, escolha uma poesia simbolista interprete-a e a analise, postando em seguida seu comentário.
Links interessantes:

13 comentários:

Anônimo disse...

Isabella Fontes 09
Lucas Falco 16
Wellington 31

72B

Análise da Obra - Olavo Bilac
"O vaso Chinês"


Dentre as principais características do Parnasianismo, este poema de Olavo Bilac estão presentes:

Descritivismo:
Grande parte da poesia parnasiana é baseada em objetos inertes, sempre optando pelos que exigem uma descrição bem detalhada.
“Contador sobre o mármor luzidio,
Entre um leque e o começo de um bordado.”


Metrificação Rigorosa: O número de sílabas poéticas deve ser o mesmo em cada verso, com doze sílabas(versos alexandrinos), os mais utilizados no período.
“Es-tra-nho mi-mo a-que-le va-so! Vi-o,
Ca-sual-men-te, uma vez, de um per-fu-ma-do”


Preciosismo: focaliza-se o detalhe; cada objeto deve singularizar-se, daí as palavras raras e rimas ricas.

Arte Pela Arte: A poesia vale por si mesma, não tem nenhum tipo de compromisso, e justifica por sua beleza. Faz referências ao prosaico, e o texto mostra interesse a coisas pertinentes a todos.


O parnasianismo é uma escola literária ou um movimento literário essencialmente poético, contemporâneo do Realismo-Naturalismo. Um estilo de época que se desenvolveu na poesia a partir de 1850, na França.


Nasceu com a publicação de uma série de poesias, precedendo de algumas décadas o simbolismo. O seu nome vem do Monte Parnaso, a montanha que, na mitologia grega era consagrada a Apolo e às musas, uma vez que os seus autores procuravam recuperar os valores estéticos da Antiguidade clássica.

Renato e Maisa - 82B disse...
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Azael_03 Matheus_20 disse...

Febre Vermelha - Antonio Nobre

Rosas de vinho! Abri o cálice avinhado!
Para que em vosso seio o lábio meu se atole:
Beber até cair, bêbedo, para o lado!
Quero beber beber até o ultimo gole!

Rosas de sangue! Abri o vosso peito, abri-o!
Montanhas alegrais! deixe-as trasbordar!
As ondas como o oceano, ou antes, como um rio.
Levando na corrente Ophelias de luar...

Camélias! Entreabri os lábios de Eleonora!
Desabrocha, á lua, a ância dos vossos calis!
Dá-me o teu gênio, dá! ó tulipa de aurora!
E dá-me o teu veneno, ó rubra digitalis...

Papoilas! Descarregue essas boccas vermelhas!
Apaga-me esta sede estonteadora e cruel:
Ó favos rubros! os meus labios são abelhas,
E eu ando a construir meu cortiço de mel...

Rainunculos! Corae minhas faces-de-terra!
Que seja sangue o leite e rubins as opalas!
Tal se vêm pelo campo, em seguida a uma guerra,
Tintos da mesma cor os corações e as balas!...

Chagas de Christo! Abri as petalas chagadas!
N'uma raiva de cor, numa erupção de luz!
Escancarae a bocca, ás vermelhas rizadas,
Cancros de Lazaro! Feridas de Jesus...

Flores em braza! Órgãos da cor! Tirava
Operas d'oiro, podes-se eu, das vossas teclas.
Vulcões de Maio! ungi minha pelle de lava!
Daí-me energia, audácia, ó pequeninos Heclas!

Dai-me do vosso sangue, ó flores! entornea-o
Nas veias do meu corpo estragado e sem cor:
Que vida negra! Foi escrito, á luz do raio,
O triste fado que me deu Nosso Senhor...

Scismo já farto de velar minha alma doente,
Não dura um mês si quer, minhas amigas, vede!
Mas, mal vos vejo, então, pulo alegre e contente.
A uivar, como os leões quando os ataca a sede!

Corto o estrellado céu, vôo atravez do espaço,
Cruzo o infinito e vou rolar aos pés de Deus,
Como se acaso fosse, em catapultas de aço,
Por um Titan de bronze atirado a esses céus!

Amo o vermelho. Amo-te, ó hóstia do sol-posto!
Fascina-me o escarlate. Os meus tédios estanca:
E apezar d'isso, ó cruel hysteria do Gosto,
Certa flor da minh'alma é branca, branca, branca...

A febre vermelha, sendo ao mesmo tempo uma febre-doença e uma febre-esperança, revela um António Nobre num delírio simbolista, que ao mesmo tempo é um pedido desesperado de ajuda à Natureza, um infantil pedido de ajuda. Veja-se como é triste quando ele diz: "Dai-me do vosso sangue, ó flores!". Queria ele que o vermelho das flores que nomeia substituísse o seu próprio, que ele sabia doente, "estragado". O seu amor do vermelho vem talvez da sua própria pele branca, causada pela doença. Ele branco, pouco saudável, nada corado - porque estar corado é sempre, ou quase sempre, sinal de boa saúde.
O poema é quanto a mim uma triste ironia da doença e da saúde. De uma alma forte que lamenta um corpo débil e clama por vingança e regeneração a uma lua cheia, prenha de influência sobre a Natureza dormente, sobre as sementes e as grávidas.

07_DEBORA_13_JULIANA_19_MARIANA__82B disse...

PARNASIANISMO
A sesta de Nero - Olavo Bilac
"Fulge de luz banhado, esplêndido e suntuoso,
O palácio imperial de pórfiro luzente
É marmor da Lacônia. O teto caprichoso
Mostra em prata incrustado, o nácar de Oriente.
Nero no trono ebúrneo estende-se indolente
Gemas em profusão no estágulo custoso
De ouro bordado vêem-se. O olhar deslumbra, ardente
Da púrpura da Trácia o brilho esplendoroso.
Formosa ancila canta. A aurilavrada lira
Em suas mãos soluça. Os ares perfumando,
Arde a mirra da Arábia em recendente pira.
Formas quebram, dançando, escravas em coréia.
E Nero dorme e sonha, a fronte reclinando
Nos alvos seios nus da lúbrica Pompéia.”

• Temática greco-romana: falam de deuses, heróis, personagens históricos, cortesãs, fatos lendários e até mesmo objetos.
• Rimas ricas (suntuoso – caprichoso, luzente – Oriente, etc)
• Soneto
• Descritivismo (com a eliminação do Eu, cria-se uma poética baseada no mundo dos objetos. São pequenos quadros visuais, fechados em si mesmos, com grande precisão vocabular e freqüente superficialidade)
• Poeta neutro diante da realidade, esconde seus sentimentos, sua vida pessoal.
• Busca pela beleza nas formas da poesia.

SIMBOLISMO
Siderações – Cruz e Souza

“Para as Estrelas de cristais gelados
As ânsias e os desejos vão subindo,
Galgando azuis e siderais noivados
De nuvens brancas a amplidão vestindo...
Num cortejo de cânticos alados
Os arcanjos, as cítaras ferindo,
Passam, das vestes nos troféus prateados,
As asas de ouro finamente abrindo...
Dos etéreos turíbulos de neve
Claro incenso aromal, límpido e leve,
Ondas nevoentas de Visões levanta...
E as ânsias e os desejos infinitos
Vão com os arcanjos formulando ritos
Da Eternidade que nos Astros canta...”

• Soneto em versos decassílabos
• Poesia com caráter vago que procura construir através do cruzamento de sensações (sinestesias) imagens sugestivas do céu.
• Poesia sensorial: visão (cores e luminosidades), audição (sons de instrumentos e cânticos) e olfato (aroma do incenso).
• Ritmo lento, acompanhando uma espécie de bailado em forma ascendente até soltar-se completamente no último verso.
• Atmosfera religiosa
• Voltada para as forças interiores do homem, para sua dimensão psicológica e transcendental, beirando o místico e o irracional

08_Felipe_82B disse...

08_Felipe_82B

Velhas Árvores

Olha estas velhas árvores, mais belas
Do que as árvores novas, mais amigas:
Tanto mais belas quanto mais antigas,
Vencedoras da idade e das procelas...

O homem, a fera, e o inseto, à sombra delas
Vivem, livres de fomes e fadigas;
E em seus galhos abrigam-se as cantigas
E os amores das aves tagarelas.

Não choremos, amigo, a mocidade!
Envelheçamos rindo! envelheçamos
Como as árvores fortes envelhecem:

Na glória da alegria e da bondade,
Agasalhando os pássaros nos ramos,
Dando sombra e consolo aos que padecem!



Percebe-se no poema que a busca pelos detalhes, rimas muito ricas com palavras raras, o chamado preciosismo, o racionalismo, a poesia de meditação, muito filosófica.

Cavalgamento ou encadeamento sintático - Ocorre quando o verso termina quanto à métrica (pois chegou à décima sílaba), mas não terminou quanto à idéia, quanto ao conteúdo, que se encerra no verso de baixo. O verso depende do contexto para ser entendido. Tática para priorizar a métrica e o conjunto de rimas.

"O homem, a fera, e o inseto, à sombra delas
Vivem, livres de fomes e fadigas;"


Rimas muito ricas: são evitadas palavras da mesma classe gramatical. Há uma ênfase das rimas do tipo ABBA para estrofes de quatro versos, porém também muito usada às rimas interpoladas.

..., mais belas
..., mais amigas:
... mais antigas,
... das procelas...



Descritivismo: Grande parte da poesia parnasiana é baseada em objetos inertes, sempre optando pelos que exigem uma descrição bem detalhada.

caio_04_pedro_24_82b disse...

PARNASIANISMO

Via láctea
Soneto XIII

"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!" Eu vos direi, no entanto,
Que para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto...

E conversamos toda a noite, enquanto
A via láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.

Direis agora: "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?"

E eu vos direi: "Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas."

Olavo Bilac
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Nós gostamos mais da poesia parnasiana pois é bem objetiva e materialista, nao tendo vínculo com a realidade.
Gostamos tambem pois ela busca a perfeição, a sensualidade; em varios poemas há a presença da mitologia pagã e ao uso de uma linguagem rebuscada oque deixe o poema mais interessante no momento de ler e aprecia-lo.

27_Renan 29_Tathiana 82 / 72 B disse...

SIMBOLISMO

Broquéis de Cruz e Souza - “EM SONHOS...”

Nos Santos óleos do luar, floria
Teu corpo ideal, com o resplendor da Helade...
E em toda a etérea, branda claridade
Como que erravam fluidos de harmonia...

As Águias imortais da Fantasia
Deram-te as asas e a serenidade
Para galgar, subir a Imensidade
Onde o clarão de tantos sóis radia.

Do espaço pelos límpidos velinos
Os Astros vieram claros, cristalinos,
Com chamas, vibrações, do alto, cantando...

Nos santos óleos do luar envolto
Teu corpo era o Astro nas esferas solto,
Mais Sóis e mais Estrelas fecundando!
Análise: Neste poema, ficam explicitas as principais características de Cruz e Souza. Há um uso constante de aliterações, o que traz ao poema uma musicalidade e, além disso, Cruz e Souza mostra sua obsessão pela cor branca em todas as estrofes: ” branda claridade”, “o clarão de tantos sóis radia”, “vieram claros, cristalinos”, etc. Nesses trechos, também estão presentes referências à translucidez, ao brilho, ambos marcantes nos poemas de Cruz e Souza. Na terceira estrofe, a espiritualidade está presente de forma explicita: “Os Astros vieram claros, cristalinos, / Com chamas, vibrações, do alto, cantando...”.

PARNASIANISMO
Olavo Bilac – “A SESTA DE NERO”
Fulge de luz banhado, esplêndido e suntuoso,
O palácio imperial de pórfiro luzente
E mármor da Lacônia. O teto caprichoso
Mostra, em prata incrustado, o nácar do Oriente.

Nero no toro ebúrneo estende-se indolente...
Gemas em profusão do estrágulo custoso
De ouro bordado vêem-se. O olhar deslumbra, ardente,
Da púrpura da Trácia o brilho esplendoroso.

Formosa ancila canta. A aurilavrada lira
Em suas mãos soluça. Os ares perfumando,
Arde a mirra da Arábia em recendente pira.

Formas quebram, dançando, escravas em coréia.
E Neto dorme e sonha, a fronte reclinando
Nos alvos seios nus da lúbrica Pompéia.
Análise: Olavo Bilac sempre buscou a forma perfeita, escrevendo seus poemas, na maioria das vezes, como sonetos de versos de 12 silabas poéticas. Sua linguagem é extremamente elaborada e as inversões gramaticais é uma constante em sua obra. Isso faz de Bilac um autor fiel às regras do parnasianismo, pois nota-se que os acontecimentos sociais e políticos de seu tempo, inclusive o seu exílio, não influenciaram sua poesia. No poema acima, essas características ficam explicitas, pois Bilac idealiza uma perfeição, utilizando uma poética com base em objetos, eliminando o Eu. Olavo Bilac também demonstra o parnasianismo neste poema, quando utiliza rimas ricas, como exemplo custoso – esplendoroso.

Renato e Maisa - 82B disse...

Maisa B. Beltrame - Número 17
Renato Giampietro - Número 28

Parnasianismo
Um beijo – Olavo Bilac


Foste o beijo melhor da minha vida,
ou talvez o pior...Glória e tormento,
contigo à luz subi do firmamento,
contigo fui pela infernal descida!

Morreste, e o meu desejo não te olvida:
queimas-me o sangue, enches-me o pensamento,
e do teu gosto amargo me alimento,
e rolo-te na boca malferida.

Beijo extremo, meu prêmio e meu castigo,
batismo e extrema-unção, naquele instante
por que, feliz, eu não morri contigo?

Sinto-me o ardor, e o crepitar te escuto,
beijo divino! e anseio delirante,
na perpétua saudade de um minuto....

Comentário:
Nesta poesia de Olavo Bilac, temos como características parnasianas: temos palavras difíceis e eruditas, rimas forçadas e podemos perceber certa frieza do autor, além da descrição minuciosa sobre o beijo. Versos longos e ritmo também estão presentes nesta poesia.

Simbolismo
VIDA – Camilo Pessanha

Choveu; e logo da terra humosa
Irrompe o campo das liliáceas.
Foi bem fecunda a estação pluviosa!
Que vigor no campo das liliáceas!
Calquem, recalquem, não o afogam.
Deixem. Não calquem. Que tudo invadam
Não as extinguem, por que as degradam?
Para que as calcam? Não as afogam.
Olhem o fogo que anda na serra.
É a queimada... Que lumaréu!
Podem calcá-lo, deitar-lhe terra,
Que não apagam o lumaréu.
Deixem! Não calquem! Deixem arder.
Se aqui o pisam, rebenta além.
- E se arde tudo? - Isso que tem?
Deitam-lhe fogo, é para arder....

Comentário:
Nesta poesia, podemos perceber que os versos tem musicalidade e repetição de fonemas vocálicos(como “erra” e “am”). O Transcendentalismo é percebido quando o autor descreve por exemplo, os campos de liliáceas. Temos a presença do imaginário quando o autor fala sobre os campos e também sobre o fogo “andando” na serra.

Adinilson_01_82B disse...

Adinilson, 01 - 82B

Parnasianismo

Vaso Grego
Esta, de áureos relevos, trabalhada
De divas mãos, brilhante copa, um dia,
Já de aos deuses servir como cansada,
Vinda do Olimpo, a um novo deus servia.

Era o poeta de Teos que a suspendia
Então e, ora repleta ora esvazada,
A taça amiga aos dedos seus tinia
Toda de roxas pétalas colmada.
Depois. Mas o lavor da taça admira,
Toca-a, e, do ouvido aproximando-a, às bordas
Finas hás de lhe ouvir, canora e doce,

Ignota voz, qual se da antiga lira
Fosse a encantada música das cordas,
Qual se essa a voz de Anacreonte fosse.

Principais características:

Objetividade. O escritor baseia-se na realidade, deixando de lado o subjetivismo e a emoção;
Impessoalidade: a visão do escritor não interfere na abordagem dos fatos;
Valorização da estética e busca da perfeição. A poesia é valorizada por sua beleza em sí e, portanto, deve ser perfeita do ponto de vista estético;
O poeta evita a utilização de palavras da mesma classe gramatical em suas poesias, buscando tornar as rimas esteticamente ricas;
Uso de linguagem rebuscada e vocabulário culto;
Valorização da metrificação: o mesmo número de sílabas poéticas é usado em cada verso;
Uso e valorização da descrição das cenas e objetos.


Simbolismo

A estrela
Ah estrela de constelações
Áureas e formidável beleza,
Da fronte suave e delicadeza
De exorbitadas contemplações.
De tez lívida e bem tratada
Formosura, como uma gaza
Bordada de pasmadas gradadas,
Suspirando desejo a cara.
Robustas e cingidas faces,
Graves, suaves e venustas
Faces cingidas, robustas,
Venustas graves e suaves.
Que contemplam o inexorável
Estrelar absconso sideral,
Crestadas do toque feral,
Arcangélico e lindo, amável.
Espaço! Clarões sidéricos
De imensos borrões cinzentos,
Fulgurante dos céus, sérico
De imagens e sentimentos.
Resplandecentes de amores
Que ecoam, inconsequentemente
Nas noutes e escuros clamores
De amores Resplandecentes.
Enamorado de enamoradas ditas
Situações, enamorando truões
Obsequiados de imensidões,
Ditas, tidas, aditas...
Tiaras de airosas aparências
Como o oiro, como o cerúleo,
Abismada de mistérios, acúleo¹
do tudo, assim como a ciência.
De onde vem? De onde irrompe?
D'amplidão sanhosa pelejante?
De ponto a ponto apenas rompe
os olhares tímidos gotejantes.
Ah estrela linda. Linda! Linda!
De celestes imensos, imensidão
De uma beleza além da vastidão
Celeste, linda, estrela infinda!

Principais características:

Ênfase em temas místicos, imaginários e subjetivos;
Caráter individualista;
Desconsideração das questões sociais abordadas pelo Realismo e Naturalismo;
Estética marcada pela musicalidade (a poesia aproxima-se da música);
Produção de obras de arte baseadas na intuição, descartando a lógica e a razão
Utilização de recursos literários como, por exemplo, a aliteração (repetição de um fonema consonantal) e a assonância (repetição de fonemas vocálicos).

Os dois se destiguem. Suas características e estruturas são opostas. No Parnasianismo, há a objetividade, onde o escritor se baseia na realidade, ao contrário do Simbolismo, onde o imaginário,e a emoção é expressa na obra. A linguagem também se opõe, a fala culta e fria do Parnasianismo, e a musicalidade presente no Simbolismo.

08_Felipe_82B disse...

08_Felipe_82B

ARTE DE AMAR

Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma.
A alma é que estraga o amor.
Só em Deus ela pode encontrar satisfação.
Não noutra alma.
Só em Deus - ou fora do mundo.

As almas são incomunicáveis.

Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo.

Porque os corpos se entendem, mas as almas não.


Misticismo e espiritualismo – A fuga da realidade leva o poeta simbolista ao mundo espiritual. É uma viagem ao mundo invisível e impalpável do ser humano.

Só em Deus ela pode encontrar satisfação.
Não noutra alma.
Só em Deus - ou fora do mundo.



Aliteração – Repetição seqüencial de sons consonantais. A seqüência de palavras com sons parecidos faz que o leitor menospreze o sentido das palavras para absorver-lhes a sonoridade:

Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma.
A alma é que estraga o amor.

Anônimo disse...

Carlos Vinícius, n.º 05
Karl Schiewaldt, n.º 14
82B

Longe de Ti - Olavo Bilac

Longe de ti, se escuto, porventura,
Teu nome, que uma boca indiferente
Entre outros nomes de mulher murmura,
Sobe-me o pranto aos olhos, de repente...

Tal aquele, que, mísero, a tortura
Sofre de amargo exílio, e tristemente
A linguagem natal, maviosa e pura,
Ouve falada por estranha gente...

Porque teu nome é para mim o nome
De uma pátria distante e idolatrada,
Cuja saudade ardente me consome:

E ouvi-lo é ver a eterna primavera
E a eterna luz da terra abençoada,
Onde, entre flores, teu amor me espera.



Podemos ver que grande parte da poesia parnasiana é baseada em objetos inertes, sempre optando pelos que exigem uma descrição bem detalhada, como neste trecho:

E ouvi-lo é ver a eterna primavera
E a eterna luz da terra abençoada,
Onde, entre flores, teu amor me espera.



Também vemos que o número de sílabas poéticas é o mesmo em cada verso, preferencialmente com dez ou doze sílabas poéticas, os mais utilizados no período. Ou apresentar uma simetria constante, como, por exemplo, neste trewcho:

...
De u/ma/ pá/tria/ dis/tan/te e i/do/la/tra/da

Cesar nº06 Paulo nº23 disse...

PARNASIANISMO

Cheguei. Chegaste. Vinhas fatigada

Cheguei. Chegaste. Vinhas fatigada
E triste, e triste e fatigado eu vinha.
Tinhas a alma de sonhos povoada,
E a alma de sonhos povoada eu tinha...



E paramos de súbito na estrada
Da vida: longos anos, presa à minha
A tua mão, a vista deslumbrada
Tive da luz que teu olhar continha.


Hoje, segues de novo...Na partida
Nem o pranto os teus olhos umedece,
Nem te comove a dor da despedida.


E eu, solitário, volto a face, e tremo,
Vendo o teu vulto que desaparece
Na extrema curva do caminho extremo.



Preciosismo: focaliza-se o detalhe; cada objeto deve singularizar-se, daí as palavras raras e rimas ricas.
E triste, e triste e fatigado eu vinha.
Tinhas a alma de sonhos povoada,



Arte Pela Arte: A poesia vale por si mesma, não tem nenhum tipo de compromisso, e justifica por sua beleza. Faz referências ao prosaico, e o texto mostra interesse a coisas pertinentes a todos.


SIMBOLISMO

MÚSICA DA MORTE

A música da Morte, a nebulosa,
estranha, imensa música sombria,
passa a tremer pela minh'alma e fria
gela, fica a tremer, maravilhosa ...
Onda nervosa e atroz, onda nervosa,
letes sinistro e torvo da agonia,
recresce a lancinante sinfonia
sobe, numa volúpia dolorosa ...

Sobe, recresce, tumultuando e amarga,
tremenda, absurda, imponderada e larga,
de pavores e trevas alucina ...

E alucinando e em trevas delirando,
como um ópio letal, vertiginando,
os meus nervos, letárgica, fascina ...

Subjetivismo
Os simbolistas terão maior interesse pelo particular e individual do que pela visão mais geral. A visão objetiva da realidade não desperta mais interesse, e sim está focalizada sob o ponto de vista de um único indivíduo. Dessa forma, é uma poesia que se opõe à poética parnasiana e se reaproxima da estética romântica, porém mais do que voltar-se para o coração, os simbolistas procuram o mais profundo do "eu", buscam o inconsciente, o sonho.

21 Matheus / 22 Paula - 82B disse...

Simbolismo

Antífona

Ó Formas alvas, brancas, Formas claras
De luares, de neves, de neblinas !...
Ó Formas vagas, fluidas, cristalinas...
Incenso dos turíbulos das aras...

Formas do Amor, constelarmente puras,
De Virgens e de Santas vaporosas...
Brilhos errantes, mádidas frescuras
E dolências de lírios e de rosas...

Indefiníveis músicas supremas,
Harmonias da Cor e do Perfume...
Horas de Ocaso, trêmulas, extremas,
Réquiem do Sol que a Dor da Luz resume...

Visões, salmos e cânticos serenos,
Surdinas de órgãos flébeis, soluçantes...
Dormências de volúpicos venenos
Sutis e suaves, mórbidos, radiantes...

Infinitos espíritos dispersos,
Inefáveis, edêncios, aéreos,
Fecundai o Mistério destes versos
Com a chama ideal de todos os mistérios.

Do Sonho as mais azuis diafaneidades
Que fuljam, que na Estrofe se levantem
E as emoções, todas as castidades
Da alma do Verso, pelos versos cantem.

Que o pólem de ouro dos mais finos astros
Fecunde e inflamem a rima clara e ardente...
Que brilhe a correção dos alabastros
Sonoramente, luminosamente.

Forças originais, essência, graça
De carnes de mulher, delicadezas...
Todo esse eflúvio que por ondas passa
Do Éter nas róseas e áureas correntezas...

Cristais diluídos de clarões alacres,
Desejos, vibrações, ânisas, alentos,
Fulvas, vitórias, triunfamentos acres,
Os mais estranhas estremecimentos...

Flores negras do tédio e flores vagas
De amores vãos, tantálicos, doentios...
Fundas vermelhidões de velhas chagas
Em sangue, abertas, escorrendo em rios...

Tudo ! vivo e nervoso e quente e forte,
Nos turbilhões quiméricos do Sonho,
Passe, cantando, ante o perfil medonho
E o tropel cabalístico da Morte...

(Cruz e Sousa)

Análise:
Na análise da poesia de Cruz e Souza, um poeta renomado durante o período simbolista, podemos observar várias características do período, porém, o estilo do autor se sobressai. Fica nítida a verdadeira obsessão por brilhos e pela cor branca que possui, o conflito entre a matéria e espírito, e a formalidade. Destacam-se as sinestesias e a sonoridade das palavras.


Parnasianismo:

Vaso Grego

Esta de áureos relevos, trabalhada
De divas mãos, brilhante copa, um dia,
Já de aos deuses servir como cansada
Vinda do Olimpo, a um novo deus servia.
Era o poeta de Teos que a suspendia
Então, e, ora repleta ora esvasada,
A taça amiga aos dedos seus tinia,
Toda de roxas pétalas colmada.
Depois... Mas o lavor da taça admira,
Toca-a, e do ouvido aproximando-a, às bordas
Finas hás-de lhe ouvir, canora e doce,
Ignota voz, qual se da antiga lira
Fosse a encantada música das cordas,
Qual se essa voz de Anacreonte fosse.

(Alberto de Oliveira)


Análise:

Analisando a poesia Vaso Grego, de Alberto de Oliveira, percebe-se que sua principal característica é a ausência de comprometimento social, os parnasianos acreditavam que a arte não deveria ter compromissos, o único e verdadeiro compromisso é artístico, daí ser chamado arte pela arte. Essa característica é tão extrema que se percebe neste poema um assunto considerado irrelevante, como a descrição de um vaso.

A poesia apresenta um caráter mais realista e descritivo, utiliza uma linguagem objetiva, que busca a contenção dos sentimentos e a perfeição formal. Outra característica parnasiana presente é a referência à mitologia greco-latina. Traz uma sugestão do mágico, do encantatório, do fantástico, quando se lê a possibilidade de Anacreonte abraçar a taça – o tema mítico da própria poesia, nos primórdios da criação.